domingo, 9 de janeiro de 2011

Afonso Pena

Afonso Pena

Vice-presidente
Precedido por
Sucedido por

Nascido em
Morreu em
Partido político
Filhos
Afonso Pena Júnior (1879 — 1968)
Álvaro Pena
Residência
Santa BárbaraSão Paulo
Ouro Preto
Belo Horizonte
Rio de JaneiroPalácio do Catete (1906 — 1909)
Profissão



Afonso Pena
Afonso Augusto Moreira Pena
CronologiaNasceu: 30 de novembro de 1847
Faleceu: 14 de junho de 1909 - Rio de Janeiro/RJ
Filiação: Domingos José Teixeira Pena (português) e Ana Moreira dos Santos Pena
Natural de Santa Bárbara/MG
FormaçãoCurso de Humanidades no Caraça

Bacharel em Ciências Jurídicas - Faculdade de Direito de São Paulo -1870
AtividadesDeputado provincial - 1874 -1879
Deputado geral pelo Partido Liberal - 1878-1889
Ministro da Guerra do gabinete Martinho Campos
Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do gabinete Lafayete
Ministro da Justiça no gabinete Saraiva - concedeu liberdade aos escravos maiores de 60 anos 1885
Conselheiro de Estado - nomeado por D. Pedro II - 1888
Membro da comissão incumbida de elaborar o Código Civil Brasileiro - 1888
Senador e presidente da comissão encarregada da redação geral da Constituição do Estado pelo Partido Republicano Mineiro - 1891 a 1895
Presidente do Estado de Minas Gerais - 1892 a 1894
Presidente do Banco da República (atual Banco do Brasil) - 1895-1898
Diretor e professor da Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais -1899
Primeiro presidente do Conselho Deliberativo de Belo Horizonte - 1899 a 1904
Eleito senador estadual - 1900
Vice- presidente da República - 1903
Eleito presidente da República - 1906

Trajetória de vida
Da infância na histórica Santa Bárbara, até a Presidência da República, Afonso Pena trilhou um caminho sólido e intenso na política brasileira, sempre respeitado pelo seu caráter firme, pelos ideais e pela inteligência.
Pertenceu a uma das mais famosas turmas da Faculdade de Direito de São Paulo, no Largo de São Francisco; foram seus colegas de sala de aula, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Castro Alves, Rodrigues Alves e Crispim Jacques Bias Fortes.

Ocupou diversos cargos da Monarquia à República sendo sempre fiel aos seus ideais. Foi abolicionista e assinou a Lei do Sexagenário, no dia 28 de setembro de 1885. Já no período da República preferiu se afastar da política por não concordar com o golpe de Floriano Peixoto.

Como presidente do Estado de Minas Gerais, suas principais ações foram a construção de estradas de ferro, a redução de juros bancários, a criação da Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais e a mais significativa de todas - a assinatura da lei para a construção da nova capital de Minas Gerais.

Antes de assumir a Presidência da República, viajou pelo Brasil para conhecer melhor as necessidades do País. Ágil, inquieto e de pequena estatura, ganhou o apelido de Tico-Tico. Para a composição de seu Ministério, escolheu ministros e jovens e com conhecimento técnico, causando o desagrado e a oposição de velhos políticos. Esse Ministério ficou conhecido como "Jardim de Infância".

As ações que marcaram o governo Afonso Pena na Presidência da República foram:
Estabilização cambial e monetária;
Desenvolvimento das comunicações telegráficas com o objetivo que todos os Estados fossem beneficiados. Cândido Rondon fez a ligação do Rio de Janeiro à Amazônia pelo fio telegráfico;
Expansão da rede ferroviária - Estradas de Ferro Central do Brasil, Oeste de Minas, Leopoldina, Goiás, Sorocabana, Madeira e Madeira, Central de Alagoas, São Luiz e Baturité;
Obras de melhoramentos dos portos de Taqui (MA), Camocim (CE), Paranaguá (PR), Rio Grande (RS) e os portos de Natal, Recife, Vitória, Corumbá e Rio de Janeiro;
Construção e reparos dos prédios da Escola de Belas Artes, Biblioteca Nacional, Museu Nacional, Faculdade de Medicina da Bahia e Faculdade de Direito do Recife, Supremo Tribunal Federal e de estabelecimentos militares;
Saneamento do Rio de Janeiro, então capital federal;
Incentivo da imigração estrangeira;
Reformulação da organização interna do Exército sob a supervisão do ministro da Guerra, general Hermes da Fonseca;
Aprovação da lei que tornou o serviço militar obrigatório;
Criação do Ministério dos Negócios da Agricultura, da Indústria e Comércio e do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil.

Na área da política internacional, foram destaques:
Ratificação do Tratado de Arbitramento entre Brasil e Argentina;
Tratado de Petrópolis, em 1908, quando foram feitas as demarcações de fronteira com a Guiana Holandesa e a Bolívia; tratados de navegação e comércio entre Brasil, Equador, Colômbia, Chile e Peru, nos anos de 1907 e 1908;
Funcionamento do Tribunal Arbitral Brasil-Bolívia, instituído pelo Tratado de Petrópolis;
Assinaturas de oito convenções especiais de arbitramento permanente com os Estados Unidos, Portugal, França, Espanha, México, Honduras, Venezuela e Panamá em 1908;
Quatorze atos firmados na Segunda Conferência Internacional da Paz em 1907, sendo o responsável Dr. Rui Barbosa, embaixador extraordinário e plenipotenciário.

Em 1909 a saúde do presidente Afonso Pena estava abalada - na vida política, crise pela disputa da sucessão; na vida pessoal, a profunda tristeza pela morte do filho Álvaro. Mesmo assim, não tirou licença e continuou trabalhando. Vítima de uma forte gripe que evoluiu para uma broncopneumonia, Afonso Augusto Moreira Pena faleceu em junho de 1909 exercendo a função de presidente da República.

Foi casado com Maria Guilhermina de Oliveira, filha do Visconde de Carandaí., com a qual teve doze filhos, entre eles Afonso Augusto Moreira Pena Junior, advogado, professor, político e ensaísta e membro da Academia Brasileira de Letras. Os outros filhos foram Maria da Conceição, Albertina (falecida no primeiro dia de vida), Maria Guilhermina (viveu apenas três dias), Álvaro, Salvador, Alexandre (foi seu chefe de gabinete), Manuel (viveu apenas 3 dias), Otávio, Regina, Dora e Olga.Pelas cartas que Afonso Pena enviava à esposa, Maria Guilhermina, percebe-se claramente como foi bem-sucedido o casamento.

"Minha adorada Mariquinhas

Passa hoje o teu aniversário e eu me acho separado de ti por distância superior a 850 léguas. Não! Não é possível! Onde quer que eu esteja, qualquer que seja a distância material que nos separe, meu coração, toda a minha alma está e estará sempre junto de ti, a esposa amiga e declarada, a companheira adorada que Deus me concedeu, na sua infinita bondade, para fazer a felicidade de minha vida! Amo-te hoje como no dia em que recebi junto ao altar! Que sacrifício estou fazendo, Santo Deus! Longe de ti e dos filhos, e fazendo-te também sofrer! Tu, inocente, sacrificada pela carreira que adotei! Perdoa-me querida e adorada esposa, atendendo à pureza de minhas intenções, ao patriótico intuito que me inspirou."

"[...] Sim! A Deus devemos infinitas graças pela benção que concedeu a nossa união. É a primeira vez que consigo escrever a bordo, estando o vapor em alto-mar, e para ti vai o meu coração, todo o meu ser.
Beijo e abençôo os filhos. Receba mil beijos do
Teu, todo teu Negrão."

Homenagem
Em justa homenagem, seu nome foi dado ao:
Aeroporto Internacional Afonso Pena - Curitiba/PR
Avenida Afonso Pena - Belo Horizonte/MG
Avenida Afonso Pena - Campo Grande/MS
Avenida Afonso Pena - Santos/SP
Avenida Afonso Pena - Uberlândia/MG
Estação de metrô - Rio de Janeiro/RJ
Colégio Afonso Pena - Santos/SP
Navio Cargueiro Afonso Pena - torpedeado em março de 1943 pelo submarino Barbarigo - Itália
Depoimentos"Se o serviço público tem os seus mártires, nunca dessa experiência assistimos a mais singular exemplo. Coração generoso até o último alento, foram os seus facultativos que nos atestaram órgãos todos ilesos, constituição ainda destinada, pela sua liberdade e robustez, à fruição de longos dias, sem agonia, crêem os profissionais que pela sideração de um choque moral, [partiu murmurando um apelo a Deus, à Pátria, à liberdade e à família, quádrupla síntese de sua vida austera e pura" (Rui Barbosa, 1909).

[...] homem bom, simples e virtuoso, que sacrificou pela pátria o sossego de seus últimos dias e morreu, levando com ele a seriedade e a honradez dos governos republicanos.[...] Afonso Pena governou 30 meses, e o seu nome nunca mais sairá da história dessa pátria, nem se apagarão neste povo o amor e a gratidão que ele soube merecer e firmar [...]" (Jornal Correio da Manhã, 1909).

"A morte do Dr. Affonso Penna deixa consternada uma grande nação da América do Sul [...] Foi um dos grandes homens que fizeram do Brasil um sólido e próspero império, transformado o país em uma República estável e progressista. Entrou para a vida pública baseando-se nas suas habilidades como intelectual e praticante da lei e por alguns anos foi um grande legislador e ministro do Império. Apesar de não ter sido o grande líder da Revolução [republicana], aceitou suas conseqüências e se tornou um inabalável apoiador da República. De fato, existem poucos homens no Brasil que fizeram tanto quanto ele pela estabilidade e integridade das instituições republicanas e pela unificação dos muitos estados com interesses que divergiam entre si. Ele deixa a República mais forte do que a encontrou, e a memória de seu patriotismo iluminado deveria inspirar seus conterrâneos a dar continuidade ao bom trabalho que ele promoveu de forma tão honesta" (New York Tribune).

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