domingo, 30 de janeiro de 2011

População desconhece maioria das áreas verdes abertas ao público em BH

População desconhece maioria das áreas verdes abertas ao público em BH

Nayara Menezes - Estado de Minas
Publicação: 30/01/2011 07:09 Atualização: 30/01/2011 07:26
Com 170 mil metros quadrados, Parque das Águas Roberto Burle Marx, no Barreiro, oferece uma ampla área verde, brinquedos, infraestrutura de lazer e até jardim de plantas medicinais (Euler Junior/EM/D.A Press)
Com 170 mil metros quadrados, Parque das Águas Roberto Burle Marx, no Barreiro, oferece uma ampla área verde, brinquedos, infraestrutura de lazer e até jardim de plantas medicinais
 
Caminhar, respirar um ar puro ou simplesmente levar as crianças para brincar. Para fugir do estresse dos centros urbanos, muitos procuram um refúgio verde como opção de lazer do fim de semana. E já que Minas não tem mar, os parques tornam-se a alternativa cada vez mais procurada pelos belo-horizontinos. O que a maioria não sabe é que a cidade tem mais estações verdes do que se imagina. São 70 reservas listadas pela Fundação Municipal de Parques, além do Parque Ecológico da Pampulha, sendo 55 abertos à visitação pública. Fora os já tradicionais Parque Municipal, atualmente fechado para corte de árvores, Parque das Mangabeiras e Parque Lagoa do Nado, a capital tem muitos redutos ecológicos desconhecidos da população. Para revelar a situação de algumas reservas, equipe do Estado de Minas percorreu 10 áreas verdes, além do Parque Ecológico Francisco Lins do Rego, gerenciado pela Fundação Zoo-Botânica.

Alguns desses espaços se mostraram ótimas opções de lazer e um belo cartão de visitas da cidade, como o Parque das Águas Burle Marx, no Barreiro. Já em outros há muitos equipamentos que precisam ser melhorados. E há ainda aqueles que estão completamente abandonados, tornando-se locais perigosos, como o Parque Alexander Brandt, em Venda Nova, apontado como esconderijo de bandidos por moradores.

Já existe um projeto de revitalização de pelo menos 20 parques, dentro do projeto Copa’2014, segundo a Fundação Municipal de Parques, que espera receber R$ 50 milhões do Ministério do Turismo. Além de atrativos para os turistas, a ideia é que as reformas deixem as melhorias para a população. Segundo o presidente da fundação, Luiz Gustavo Fortini, o montante pleiteado seria investido prioritariamente em três unidades: Parque Municipal Américo Renné Gianetti, no Centro, Parque das Mangabeiras e Parque Juscelino Kubitschek, ambos na Região Centro-Sul.

A escolha se baseou no fato de serem os parques mais visitados pela comunidade. O Parque das Mangabeiras recebe cerca de 40 mil pessoas por mês e o Municipal, 600 mil. “Para os três espaços estão previstas restaurações que vão desde a infraestrutura até a compra de novos equipamentos”, afirma o presidente Fortini. Mas os frequentadores das outras unidades também reivindicam mudanças. Farnésio Eduardo Rocha e a mulher Janice Aparecida Rocha pedem que o Parque Lagoa do Nado seja mais seguro. “Gostamos muito daqui, mas não temos coragem de caminhar pelas trilhas, pois ocorrem muitos assaltos”, afirma ele.

Já Agda Louzada, do Bairro Ipiranga, na Regional Nordeste, gostaria de ver brinquedos no Parque Renato Azeredo: “Está sempre limpo e bem cuidado. Só sinto falta de brinquedos”. O aposentado João Prata Machado também se diz satisfeito de morar perto do Parque Jacques Cousteau, no Betânia, Regional Oeste. “É um privilégio ter uma área verde dessas perto de casa e poder respirar ar puro”, diz. O aposentado, que caminha todos os dias no local, só tem uma queixa: “Depois da chuva a pista esburacou muito. Eles podiam arrumar porque tenho medo de tropeçar”.

Segundo o presidente da Fundação de Parques, a PBH desembolsa por ano cerca de R$ 10 milhões para a manutenção das unidades. Além disso, Fortini revela que a prefeitura já liberou verba extra de R$ 2,5 milhões para reformas básicas dos parques, como conserto e substituição de brinquedos, pintura de quadras, reconstrução de pistas de caminhada etc. Para definir a destinação do dinheiro está sendo feito um estudo que abrange os 70 parques municipais. “Estamos em fase de levantamento das necessidades de cada parque. A partir daí, saberemos como e onde aplicar melhor o recurso. A expectativa é de que o processo finalize em no máximo 90 dias”, explica.

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